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Mapa Afetivo, 2010

Instalação

Desenho sobre papel arroz

Exposições

Casa Grupo Aluga-se

Marco - Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande

MARP Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto

Queria lembrar a cidade da minha infância desenhando um mapa. Por mais que minha formação como arquiteta tenha me ajudado, eu só consegui executar o desenho do mapa através de fragmentos da memória, lembranças do passado misturadas às lembranças de sonhos (presente) formando um mosaico parcial da cidade.
O que para mim é o reencontro, o reconhecimento, é ao mesmo tempo um paradoxo – a cidade é um complexo de vazios e cheios, lembranças e não lembranças, sons e silêncios, surgindo como um gracejo misturando o real e o irreal, a realidade e a imaginação, para no final criar uma cidade autêntica.

O início de todo o processo foi a lembrança de três elementos que me marcaram profundamente e que sonho até hoje: o Rio, a Casa azul e a Árvore.
A Casa, como diz Gastón Bachelard: “ o ser abrigado vive a casa em sua realidade e em sua virtualidade, através do pensamento e dos sonhos” . A Árvore que existia na casa, uma acácia amarela que se tornou um personagem para a cidade e minha família, é a raiz, a memória. E o terceiro elemento, o Rio, que eu vejo como a passagem do tempo, o caminho a percorrer.
Os primeiros desenhos continham somente esses elementos. Às primeiras lembranças foram somadas outras, e outros desenhos foram acrescentados, cada um maior e mais completo que o anterior. Como em um travelling conematográfico, aos poucos a paisagem e sua história vai se formando diante do expectador-leitor. Expectador-leitor sim, porque ao processo plástico, vem somada à experiência literária, ao sopé da imagem, como nos letreiros de filmes, ou nos livros infantis do século XIX.

A idéia é o senso comum universalmente compartilhado, pois a cidade conserva o essencial, o modelo, a repetição não só como objeto cidade, mas também como valores. Ela pode passar por várias interpretações, quando o outro que a vê se identifica com ela através de outras faculdades e de outros valores morais e estéticos. Não importa minhas lembranças pessoais, mas a memória compartilhada e mutável.

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