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Uma História da Infância, 2016

Instalação para a exposição Individual

Uma História da Infância

na Galeria DConcept -SP - 2016

Exposição coletiva

Programa de Exposições MARP - 2017

Ribeirão Preto SP

com as obras Dama com Galo e Milhafre

 

Era uma vez, uma artista que há tempos desejava desenhar pássaros. Num dia de outono, observando as histórias de Leonardo da Vinci, descobriu que ele escreveu um livro intitulado Fábulas e lendase que sua única lembrança da infância era um sonho com pássaros. Foi nessa época que Rosilene Fontes começou a contar Uma história da infância, narrativas em que a ficção mescla-se à suas memórias pessoais.

 

Nos trabalhos da artista, a apropriação, a colagem, a desconstrução e a reconstrução são procedimentos recorrentes. Nos seus desenhos, utiliza colagens realizadas anteriormente (com as Damas de Leonardo) como base para observação. Além das ações de adição, emerge as de apagamento como em Milhafre, desenho em que apenas a cabeça do pássaro permanece, chamando a atenção para o fato de que a discussão sobre a memória envolve o esquecimento. A apropriação também está presente em Ninho(instalação produzida a partir de um ninho encontrado na varanda da casa da artista) e em outras caixas-objetos como Casa árvoree Casa ninho.

 

Já, a série que empresta o nome à exposição engloba caixas-objetos construídas a partir do livro Fábulas e lendas. Rosilene seleciona histórias que mais se relacionam com a sua memória: da Cotovia, do Pavão, do Cisne, do Pelicano, da Águia, por exemplo. A artista reinventa seus títulos e conteúdos, utilizando-os como suportes para materializar outras narrativas, alinhavadas em outros tipos de páginas. Além das lendas citadas, a artista relata também a história da Garça através de um desenho-instalação que amplia suas caixas-objetos para o espaço expositivo.

 

Uma característica das fábulas e das lendas é que estas formas narrativas propõem uma moral ou um ensinamento. As colagens-fábulas de Rosilene são espaços fictícios que provocam outras leituras. E, então, para finalizar este texto, pode-se afirmar que nestas sobreposições de imagens, a artista propõe que os pássaros (ou os visitantes da exposição) voem por outros mapas, por outros livros e por uma (outra) história da infância.

 

Ananda Carvalho

Curadora e Crítica de arte  

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